Os direitos (dos desassistidos) sociais
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LV_279
"Convivo com os pobres sem preconceitos, no samba, no futebol, na praia." "Em casa a empregada tem toda a nossa assistência, até almoça conosco na mesa." Na base desta compreensão, está um fenômeno particular, e perverso: a banalização da pobreza.
Fruto dessa banalização, a própria qualificação e extensão da pobreza é pouco conhecida. Ela é introjetada em nosso imaginário coletivo como algo natural, já que Estado e sociedade civil se sentem impotentes para resolvê-la. As cifras que apontam a pobreza - grau de subnutrição, habitações precárias, ausências de renda, analfabetismo - acabam por fragmentar o fenômeno, mais que clarificá-lo. Acaba-se mesmo esquecendo que a pobreza é decorrência de um modo de produção que engendra a exclusão e a desigualdade. Chega-se a inverter essa equação, entendendo a pobreza como violação e violência.
A pobreza banalizada tem a vantagem de ser uma paisagem comum no cotidiano, aparentemente conhecida e sob controle. Camufla-se dessa forma a sua barbárie.