No último dia 6, ocorreu a reunião do Conselho de Representantes da AASPTJ-SP. Conselheiros e Diretoria debateram sobre a atual conjuntura, as ações da Associação e temas de pauta para a Assembleia dos Associados, que acontecerá no dia 12 de dezembro.

Participaram conselheiros das regiões de: Pacaembu, Presidente Bernardes, Itaquera, Registro, Assis, Varas Especiais, Campinas, Presidente Prudente, Osasco e Araçatuba.

Elisabete Borgianni, presidente da AASPTJ-SP, traçou um quadro sócio-político atual no início da reunião. Falou sobre o clima de guerra que permeia o mundo, onde a guerra não é de exércitos, mas entre grupos pelo controle político e econômico. Consequências do capitalismo, pois onde o capital traz crescimento econômico, traz junto o enfraquecimento das estruturas sociais. E nosso país também faz parte desta situação. Vivemos hoje o que ela chamou de “tragédia do PT no poder”, um partido que há 20 anos tinha uma pauta baseada nos direitos trabalhistas e na ética política e que acabou se rendendo à corrupção em nome da governabilidade de coalizão.

E a situação não se limita ao Executivo. Temos atualmente o Legislativo mais conservador desde a época do Regime Militar. E o Judiciário foi tomado pelo corporativismo, permeado pele ideia de produtividade. “As instituições públicas não estão mais preocupadas com o real atendimento à população e sim em cumprir metas”, disse Bete. “E essa realidade chegou até nós. Assistentes sociais e psicólogos são requeridos como se fossem ‘operários da fábrica de laudos’, de preferência sem tempo para refletir”, alegou. Para a presidente, não podemos nos deixar levar e aceitar esta precarização como natural, deixando de perceber a importância do nosso trabalho nas lides. “Hoje as pessoas preocupam-se com seus empregos e não com seu trabalho e acabam partindo para soluções individualistas. Acabamos nos tornando mais um nessa engrenagem”.

Os representantes presentes manifestaram-se e relataram sentir as consequências desta conjuntura no dia a dia. Tivemos relatos de assedio moral, agendas lotadas, colegas adoecendo, serviço feito em casa fora do horário de expediente, entre outras situações.

Por outro lado, também tivemos relatos de experiências produtivas: equipes que realizarão pela primeira vez uma semana de planejamento, equipes tentando formar grupo de estudos, equipes promovendo o diálogo com colegas do Ministério Público e da Defensoria, equipes procurando aproximação com a rede, entre outras.

Por fim, Conselho e Diretoria trabalharam na organização da pauta para a assembleia de dezembro, que será composta da seguinte forma: informes, avaliação das ações em andamento, prestação de contas, relatório do Conselho Fiscal e planejamento de novas ações. Os representantes ficaram de apurar as demandas de cada região e encaminhar para a AASPTJ-SP nos próximos dias, antes da realização da assembleia.