Frente Antimanicomial: É problema nosso também
A AASPTJ-SP apoia a luta da Frente Estadual Antimanicomial, que defende o fortalecimento e a ampliação de equipamentos públicos de saúde mental voltados ao tratamento sem segregação e a promoção de uma política de álcool e outras drogas pública e não segregativa, fortalecendo o SUS. Tais propósitos vão ao encontro dos anseios de todos os profissionais compromissados com a garantia dos direitos humanos e com a ética, não importa em que espaços estejam, pois trata-se de princípios que estão muito acima de especificidades ou áreas de atuação, já que buscam resguardar e resgatar a dignidade dos cidadãos que necessitam de atendimento especializado e que tem direito a um serviço de qualidade.
É de suma importância que todos sem exceção reflitam sobre esse tema, afinal a luta pela saúde mental é de toda a sociedade. Sobretudo nossa, assistentes sociais e psicólogos que atuam no campo jurídico, onde, por vezes, em nome da proteção e do cuidado, pode-se produzir exclusão e sofrimento. Ademais, não raro vivemos a aflição e a impotência diante de situações dramáticas vividas por crianças e famílias afetadas pelo uso abusivo de álcool e drogas. Não basta ter para onde encaminhar, mas saber se esse tratamento irá considerar e respeitar esses pacientes já tão desprovidos de direitos.
O movimento OcupeAlesp, em 08 de março último, no qual a AASPTJ-SP foi representada pela presidente, Elisabete Borgianni, pela primeira secretária, Maria Helena Correa, pela segunda secretária, Mônica Carteiro, pela conselheira fiscal Magda Melão e pela associada Lilian Magda de Macedo, significou uma vitória da mobilização de profissionais, usuários dos serviços de saúde mental e seus familiares, e entidades e associações que têm como premissa a garantia de direitos, Presentes também Helena Machado e outras representantes dos psicólogos e assistentes sociais da Fundação casa.
Os deputados Carlos Gianazzi, Adriano Diogo e Marcos Martins assumiram o compromisso de formular pedido de instalação da Frente Parlamentar Antomanicomial, com o intuito de acompanhar essa luta e se opor a abusos como os que recentemente aconteceram no Pinheirinho e na Cracolândia. O movimento é contrário às práticas de internação compulsória, de financiamento público das comunidades terapêuticas, de higienismo social e de ataque às conquistas da Reforma Psiquiátrica Antomanicomial.
Junte-se a essa luta! Confira o manifesto do CFP - DROGAS: pelo tratamento sem segregação, no site www.pol.org.br. e participe!
Pra terminar, deixo as palavras lúcidas e oportunas ditas por um dos participantes do OcupeAlesp, para lembrarmos sempre:
“Saúde não se vende, louco não se prende, o que tá doente é o sistema social.”