Greve do Judiciário termina com acordo no dissídio coletivo
Terminou ontem no fim da tarde a maior greve da história do Judiciário paulista. Após mais uma rodada de negociações, a assembleia geral aprovou o acordo realizado entre a Comissão de Negociação das entidades e o Tribunal de Justiça. O acordo foi assinado pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Antonio Carlos Viana Santos e homologado na ação do dissídio coletivo.
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Pelo acordo, a Presidência do Tribunal de Justiça se compromete a proceder a revisão, relativa à reposição pretendida no dissídio coletivo (20,16%), a partir de janeiro de 2011, visando atingir, no mínimo, 4,77%. Os dias descontados por conta da paralisação serão restituidos por folha suplementar ainda no mês de setembro. As faltas poderão ser compensadas mediante mutirão e/ou utilização do banco de horas, licença-prêmio, créditos de férias atrasadas, FAM, a critério de cada servidor, até 31.07.2012.
As negociações entre entidades e o Tribunal de Justiça continuarão. Nova reunião já está agendada para o dia 6 de outubro.
Lembramos que o acordo não é o fim da luta, mas um importante passo. O estado de greve continua até janeiro, continuaremos vigilantes para que o TJ cumpra o que assinou.
"Este acordo foi histórico. Estavamos vivendo a possibilidade de o Tribunal continuar usando o nosso movimento para o propósito deles, o que destruiria a nossa capacidade de luta. Esse documento assinado que conseguimos é a certeza de que esta luta é justa e vai continuar até conseguirmos cada um dos nossos direitos", exclamou Elisabete Borgianni, presidente da AASPTJ-SP. "Cada um vai voltar para o seu local de trabalho com dinheiro no bolso, com dignidade e mostrando que estamos lá para que a Justiça funcione e que a população receba atendimento", completou.
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O acordo foi bastante comemorado na praça pelos bravos servidores que resistiram a quatro meses e uma semana de luta. Enfrentaram frio, calor, sol, chuva, balas de borracha, fome, longas horas de negociação e acima de tudo a intransigência do Tribunal de Justiça, que em diversos momentos não demonstrou vontade política em resolver a situação de seus servidores. Os 127 dias foram sem dúvida dias difíceis, mas dias que ficarão na história não só do Judiciário paulista, mas na história da luta trabalhista brasileira.