Greve: A Praça João Mendes nunca esteve tão cheia
Em continuidade ao movimento de greve, mais de dez mil servidores lotaram a Praça João Mendes na tarde de ontem para a realização de mais uma Assembleia Geral. O dia começou com a ameaça da prefeitura de não permitir a realização do evento, atendendo a pedido do Tribunal de Justiça, que "pretendia manter a ordem pública".
Mesmo assim, no início da tarde a praça já estava repleta de servidores que se agruparam em torno do palanque para impedir que a Polícia Militar desmontasse a aparelhagem de som. Por volta das 14 horas, o Mandado de Segurança impetrado pela Assetj (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), teve liminar favorável da juíza Sílvia Maria Meirelles Novaes de Andrade da 12ª Vara Cível do Fórum João Mendes, permitindo a realização da Assembleia.
Mais uma vez por unanimidade, os servidores votaram pela manutenção da greve já que não houve avanço nenhum nas negociações com o Tribunal de Justiça. Além disso, aprovou-se nova asembleia no dia 23 às 14 horas; vigília permanente em frente ao Fórum João Mendes; encaminhamento de toda a documentação sobre os pleitos dos Servidores do Judiciário à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras entidades religiosas em busca de apoio ao movimento; possibilidade de que servidores doem sangue num exercício de cidadania em respeito à toda sociedade e a realização de uma passeata passando pelo Palácio da Justiça, Secretária Estadual de Justiça e terminando em frente à sede da OAB-SP.
Elisabete Borgianni, presidente da AASPTJ-SP, falou sobre a necessideade de apoio de todos os servidores ao dissídio coletivo (cuja segunda audiência de conciliação ocorre hoje) e ao Sindicato União, que por decisão de todas as entidades impetrou a ação. "Também conclamo todos os assistentes sociais e psicólogos que ainda não aderiram ao movimento que paralisem suas atividades. Os Códigos de Éticas das duas categorias defende a democratização da luta profissional pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas. Portanto, sigam seus códigos", afirmou.
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) levou aos servidores a informação de que o Colégio de Lideres da Assembleia Legislativa agendou uma reunião com a Comissão de Negociação das Entidades para a próxima terça-feira (22/06) às 14 horas. Também comunicou que trabalha em conjunto com outros parlamentares na Alesp para que seja criada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Judiciário, principalmente para abrir a "caixa preta" do PJ. Faltam poucas assinaturas para que a CPI possa ser instaurada. Solicitamos aos nossos associados que entrem em contato com o deputado da região para que assine.
Por volta das 16 horas os servidores da Justiça Federal, também em greve, juntaram-se à nossa Assembleia para a realização de um ato em conjunto. Também foi dada a informação de que o TJ suspendeu o expediente nos Fóruns João Mendes e Hely Lopes Meirelles. Em seguida, ocorreu a passeata, de forma pacifica.
Cerca de 80 servidores mantiveram a vigilia em frente ao João Mendes esta noite, inclusive um grupo de assistentes sociais e psicólogos de diversas regiões do Estado.