Emocionante! Esta foi a sensação dos cerca de mil servidores do Judiciário paulista que encararam mais de 15 horas de estrada e o calor massacrante de Brasília por mais um dia inteiro na porta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mais um sacrifício nesta greve histórica, perto de completar cem dias. No entanto, um sacrifício que trouxe resultados.

O dia começou cedo com um ato conjunto com os cerca de 3 mil assistentes sociais, participantes do Congresso Brasieliro de Assistentes Sociais, que programaram uma caminhada até o Congresso Nacional pela aprovação do PL 152/2008, que institui a carga de 30 horas semanais para a categoria (veja aqui).

Do Congresso, seguimos para a frente do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foram mais de oito horas aguardando por uma reunião da Comissão de Negociação com o corrgedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, que não recebeu os servidores.

"Falamos sobre a história da nossa greve durante o Congresso dos assistentes sociais e os participantes aplaudiram de pé. Isso porque fazer uma greve de cem dias, sem fundo de greve e com desconto nos salários é uma realização para pessoas guerreiras. Com certeza o nosso movimento é um grande exemplo para todo o Brasil", afirmou Elisabete Borgianni, presidente da AASPTJ-SP. A vice-presidente, Maria Helena Correa, também parabenizou os manifestantes que seguiram rumo à capital federal na luta pela garantia de direitos dos servidores. "Nem as horas de estrada nem o calor derrotam a nossa força", expôs.

Os dirigentes de entidades protocolaram pedidos de audiência no CNJ e no STJ, sendo que no final da tarde uma comissão foi recebida pela assessoria do conselheiro Marcelo Neves, relator do Pedido de Providências n°0003355-96.2010.2.00.0000 - que trata da greve de 2010.

Sairam de lá com uma conquista importante para o movimento. O CNJ expediu uma recomendação para que o Tribunal de Justiça não desconte os dias parados. Aguardamos agora que o Tribunal cumpra a decisão.