I Encontro Estadual de Serviço Social no Campo Sócio-jurídico
Hoje e amanhã acontece em São Paulo o I Encontro Estadual “Serviço Social no Campo Sócio-jurídico”. Membros da Diretoria da AASPTJ-SP e vários associados estiveram presentes neste primeiro dia do Encontro, quando aconteceram mesas de análise sobre conjuntura, direitos, justiça e trabalho profissional frente à redução de direitos.
O professor Hélio Bicudo, ao abordar a conjuntura, destacou que hoje há um desconhecimento por parte do juiz da pessoa que está julgando. Nessa direção, teceu criticas a forma como o Judiciário brasileiro está estruturado, destacando que embora existam juizes e promotores democráticos, o Judiciário continua “encastelado”.
Silvia Alapalian, em sua fala, lembrou que há mais de 20 anos, em levantamento do qual participou sobre a realidade dos servidores do TJ-SP, uma das frases que mais marcou foi que “não há justiça na casa da Justiça”. Lembrou que a Justiça historicamente tem classe social e, discorrendo sobre a história do Serviço Social, chegou ao tempo presente, destacando que a grande luta dos assistentes sociais tem sido a luta pelos direitos sociais, os quais ainda que, em parte, dispostos legalmente, não são efetivados na prática. E que nós vemos no dia a dia essa não efetivação transformada em “conflitos”.
A atual gestão da AASPTJ-SP foi convidada a participar do Encontro como ouvinte, não tendo a Associação sido chamada a contribuir com a organização do evento, embora represente grande parte dos assistentes sociais do campo sócio-jurídico que estão na área judiciária. Segundo alegação do Cress-SP, isto se deu porque estávamos, então, em processo eleitoral. Entendemos que a participação de diferentes organizações – institucionais e representantes dos profissionais – poderia ter possibilitado maiores contribuições às reflexões e debates necessários para o avanço democrático do projeto da profissão nesse campo, que cada vez mais tem sido demandado a atuar frente à violação de direitos tão presentes na vida da população com a qual trabalhamos. Na continuidade do evento no dia 1º de agosto, quando haverá grupos de discussão específica sobre o Serviço Social na área judiciária, esperamos que os debates possibilitem a reflexão sobre essa realidade e sobre aspectos particulares do nosso trabalho, que necessitam ser pensados e sistematizados com base nas demandas, limites e possibilidades do cotidiano, vinculando aos princípios éticos do Serviço Social, como a democracia, a justiça social, a pluralidade e a defesa dos direitos humanos.
Ressaltamos ainda que o Encontro precede um evento nacional desse campo a ser realizado em outubro, em Cuiabá.