Juventude encurralada nos labirintos da ganância

Autor: 
Elisabete Borgianni, presidente

A tragédia de Santa Maria obriga-nos a todos a repensar o que desejamos para o futuro desse nosso imenso, belo e injusto país.

 Indizível a dor dos familiares dos que estavam ali apenas para dançar e cantar sua juventude de tantas esperanças e planos por realizar.

Ao sinal de perigo, correram desorientados na escuridão de um ambiente que propagandeara embalos e curtição, mas escondera o fato de haver sido negligenciada toda e qualquer segurança.

O que se espera sempre de qualquer serviço, estabelecimento de lazer, ou das instituições públicas é que cumpram seu mister com seriedade e cuidados básicos para com os que são alvo de suas ações.

No Brasil passamos a aceitar a negligência, o “puxadinho”, a burla das normas e a falta de seriedade, como se fosse mais uma de nossas características naturais. 

Essa nossa tolerância com o descaso, com a lei do mais forte, e com a filosofia do cada um por si está encurralando nossa juventude nos labirintos da ganância, e enfraquecendo-nos a todos enquanto seres que podem e devem construir instituições sólidas, respostas competentes aos graves problemas nacionais e, enfim, um futuro melhor para todos.

Fica aqui nossa palavra de solidariedade a todos os familiares das vítimas dessa indizível tragédia. Entre elas servidores do Judiciário local.

Fica também nossa admiração e agradecimento aos colegas assistentes sociais e psicólogos que trabalharam para levar conforto e cuidados aos que sobreviveram.

E tomando de empréstimos as palavras de José Paulo Netto, lembremos que a “História não é exemplo, é lição”.


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