Sete meses após o ven-cimento da data-base dos servidores do Judiciário paulista, mais uma assembleia geral terminou sem perspectivas de que o reajuste salarial ocorra ainda neste ano.   

O ato ocorreu na última sexta-feira (2/10) na Praça João Mendes com direito a panelaço, buzinaço e enterro simbólico do presidente do TJ, desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi.

Conforme deliberação da assembleia, parte dos servidores presentes subiu pacificamente os andares do Fórum João Mendes na tentativa de convencer outros colegas a participarem do movimento. Neste momento, o Tribunal de Justiça ordenou que as portas do prédio fossem fechadas. Esses servidores permaneceram lá dentro por mais de seis horas buscando canais de negociação, enquanto os demais aguardavam na Praça, em frente ao Fórum.  Após horas de impasse, o presidente da Comissão Salarial do TJ-SP, desembargador Antonio Carlos Malheiros, apareceu para uma tentativa de negociação para que os servidores saíssem do prédio e recebeu o conjunto das entidades, juntamente com o juiz diretor do fórum, Flávio Abramovidici.

No entanto, o desembargador não trouxe nenhuma novidade. Segundo ele, não há previsão para que o presidente do TJ receba as entidades e nem um possível índice de reposição salarial.  A reunião foi encerrada com a perspectiva de Malheiros intermediar uma reunião com as outras duas comissões, de Orçamento e de Negociação, e com o Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, Luiz Antonio Guimarães Marrey para que um encontro com as entidades representativas dos servidores  aconteça o mais breve possível. 

Próximos passos 
Após a reunião com Malheiros e com todos os servidores de volta a praça, foram aprovadas as seguintes deliberações:  

1. a decretação do estado de greve

2. novas visitas às comarcas e demais foros regionais em cronograma a ser definido em breve

3. marcação de audiência com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, para acelerar o processo de inspeção no TJ-SP que está sendo feito por aquele Órgão, ainda este ano, e posteriormente, levando os servidores para manifestações na Capital Federal;

4. A realização de um "júri", no final deste ano, para julgar a atual administração do TJ-SP;

5. A realização de uma assembleia geral no mesmo dia do início do Ano Judiciário de 2010.