Mapa da Violência 2010: anatomia de homicídios no Brasil
A recente divulgação dos dados da pesquisa “Mapa da Violência 2010: anatomia de homicídios no Brasil” veio confirmar o que muitas organizações da sociedade civil e movimentos de luta por direitos humanos vêm denunciando: a cada ano, aumenta o número de jovens negros assassinados no país.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, edição de 31 de março de 2010, no ano de 2007, 47,7 mil pessoas foram assassinadas em nosso país, uma média de 131 homicídios por dia. Entre elas, o número de vítimas negras é 107% maior, ou seja, “para cada branco assassinado, morrem 2,2 negros no país”, diz o texto. O relatório afirma também que o risco de um jovem negro ser assassinado é 130% maior do que o que corre um jovem branco, o que demonstra a extrema vulnerabilidade desse segmento em especial, já que a mesma pesquisa aponta que a taxa de homicídio de mulheres, apesar de discrepâncias regionais, é bem mais baixa do que a de homens.
Isso se deve, segundo a matéria, a duas razões aparentemente óbvias: a diminuição do número de homicídios entre jovens brancos e o aumento entre jovens negros. E qual a causa dessa diminuição? Especula-se que a população branca tenha sido mais atingida por políticas públicas de segurança do que a negra, principalmente por habitar regiões mais privilegiadas de nossas cidades, onde ações como a intensificação do policiamento se mostraram mais eficazes.