Mensagem da presidente: Nossa dignidade profissional e o sentido de nossas ações
O Tribunal de Justiça, além de ser uma instituição onde imperam mais a frieza, o conservadorismo e o individualismo do que as relações fraternas, solidárias e humanizadas, tende também a nos provocar um imobilismo diante das violações de nossas prerrogativas profissionais.
Tem crescido a tendência de magistrados e promotores de justiça requererem que assistentes sociais e psicólogos pronunciem-se de forma aligeirada, a partir de meras constatações de fatos ou situações, renunciando ao trabalho bem fundamentado em estudos sérios e mais profundos sobre as situações graves que adentram ao Judiciário.
Resoluções protetivas de nosso fazer profissional têm sido atacadas pelo Ministério Público, como é o caso das Resoluções do CFP e do CFESS que dispõem sobre a inquirição de crianças vítimas de violência. Equipes inteiras que já foram reconhecidas como criadoras de novas possibilidades de acesso a direitos em regiões do Estado que nunca tiveram a rede de serviços públicos funcionando devidamente, hoje parecem esmorecer diante da desvalorização cotidiana de seu trabalho ou do não reconhecimento da importância das horas dedicadas à construção do novo.
Mais preocupante: equipes inteiras que hoje tendem a buscar formas apenas de "sobrevivência" emocional nos locais de trabalho até que chegue a 'redentora' aposentadoria. E colegas que mal conversam entre si sobre os casos ou sobre a vida, cada um voltado para o seu computador, muitas vezes voltados todos para as paredes.
É hora de começarmos a reagir!
É hora de encarar a verdade de que apenas com nossas ações coletivas e articuladas é que teremos chance de resgatar o respeito às nossas ações profissionais.
Temos um saber e uma Ética Profissional a defender.
Nenhum saber jurídico deveria se sobrepor ao saber de nossas áreas de conhecimento.
Falemos de igual para igual!
Mostremos nossos argumentos técnicos com vigor e competência.
Resgatemos nossa capacidade de trabalhar com a rede e de criar novas e sólidas respostas aos problemas gravíssimos com os quais nos defrontamos.
Não permitamos mais que alguém ouse nos propor indecentes e ou alienadas formas de trabalho.
Levantemos a cabeça e os olhos, na altura dos olhos de qualquer um de nossos interlocutores e expressemos com orgulho e altivez: “sou um profissional e estou aqui para dar acesso a direitos civis, sociais e humanos.”
E façamos isso com a força de nosso coletivo!
Nossa Associação é um imprescindível instrumento nesta empreitada!