Segunda reunião do Fórum de Debates Pró Organização Política e Sindical dos Trabalhadores em Atividades Psico Sociais
Ocorreu no último dia 9 a segunda reunião do Fórum de Debates Pró Organização Política e Sindical dos Trabalhadores em Atividades Psico Sociais.
A palestra desta vez foi proferida por Antonio Carlos Mazzeo, professor do Departamento de Ciência Política da Unesp de Marília e autor dos livros: “Estado e burguesia no Brasil”, “Sinfonia inacabada – A política dos comunistas no Brasil” e “O vôo de Minerva – A constituição da política, do igualitarismo e da democracia no ocidente antigo”. O tema abordado foi “Análise da reforma do Estado e seus impactos nas condições, jornada e salário de assistentes sociais e psicólogos”.
O professor iniciou a palestra falando sobre a complexidade do funcionamento do Estado. Isso porque a humanidade é mais antiga do que a existência do Estado.
Para ele há uma conexão direta entre a existência do Estado e o surgimento da propriedade privada. Antigamente o poder era diluído na coletividade. Com a propriedade privada, ocorreu a divisão da sociedade e o Estado aparece como força de repressão e também de alienação. “Nós deixamos de decidir porque agora quem decide por nós é o Estado”, disse.
De acordo com Mazzeo, o Estado capitalista atingiu um grande grau de sofisticação, como por exemplo, tornar-se laico, separando o governo da religião para submeter-se às leis. É um Estado construído por uma classe social, que detém força coercitiva não só policial, mas também jurídico-política. “O estado não paira sobre as contradições da sociedade, ele é resultado delas. Ele não é imparcial. Sempre intervém para garantir a propriedade privada. Quando há uma greve, o governo manda a policia dizendo que é para proteger os trabalhadores, mas se os funcionários ocupam a fabrica como protesto, a policia vai para proteger a propriedade privada”, expôs.
O professor ainda falou sobre o Estado no Brasil. Segundo ele, não tivemos uma revolução burguesa clássica, no sentido de desmonte do velho para inicio do novo. “O Brasil criou uma burguesia reacionária, conservadora, agrário- mercantil, escravista e medíocre porque não tinha um projeto de revolução democrática burguesa. Se separou de Portugal não por interesses democráticos nacionais como ocorreu nos Estados Unidos, mas porque teve seus interesses econômicos ameaçados. Isso porque a burguesia daqui enriqueceu mais do que a portuguesa”, alegou.
Após a exposição de Mazzeo, representantes de cada instituição participante do Fórum de Debates fez um breve relato sobre como essa reforma do Estado incide no trabalho e na realidade das demandas profissionais.
Por fim, deliberou-se que na próxima reunião, que ficou marcada para o dia 6 de agosto, sejam convidados os conselhos regionais de assistentes sociais e psicólogos e os sindicatos que representam ambas as categorias nos diversos órgão, para que possam expor as ações que desenvolvem em defesa dos profissionais.
Próxima reunião: 6 de agosto (sábado), às 8h30, no auditório da Apampesp – Rua Coronel Xavier de Toledo, 99 (próximo ao metrô Anhangabaú)