Seminário Nacional de Serviço Social e Organização Sindical: AASPTJ-SP divulga associação nacional do sociojurídico
O CFESS e o Cress-RJ organizaram o evento Seminário Nacional de Serviço Social e Organização Sindical, que ocorreu nos dias 30 e 31 de outubro, no Rio de Janeiro. Com cerca de 500 participantes de todo o país, o evento teve como objetivo propiciar um momento coletivo de reflexão sobre a trajetória, os rumos e desafios da organização sindical da classe trabalhadora e da categoria profissional como sujeito coletivo pertencente a esta classe.
A AASPTJ-SP, representada pela presidente, Elisabete Borgianni, pela vice-presidente, Catarina Volic, pela primeira secretária, Maria Helena Correa, pela primeira tesoureira, Esther Katayama, pela conselheira fiscal Elaine Major, pelas assessoras Vilma Regina da Silva, Wanderli Caruso e Sonia Guerra, e também por representantes da Fundação Casa, da Defensoria Pública e do Sistema Prisional, que fazem parte do Fórum Sociojurídico, acompanhou todo o evento e divulgou a associação nacional da área sociojurídica.
A comitiva da Associação e do Fórum marcou sua presença com faixas que pediam melhores condições de trabalho, concurso público, respeito às atribuições dos assistentes sociais e jornada semanal de 30 horas para assistentes sociais e psicólogos da área sociojurídica.
No dia 30 à noite, após o evento, a AASPTJ-SP realizou uma reunião sobre a associação nacional dos assistentes sociais e psicólogos do sociojurídico com participantes do evento que se interessaram em saber mais sobre a proposta.
Assistentes Sociais e psicólogos de diversos Estados debateram dúvidas e expectativas sobre a ideia desta nova possibilidade de organização. Elisabete fez um breve histórico de como nasceu o Fórum de Debates Pró Organização Política e Sindical dos Trabalhadores em Atividades Psico-Sociais (atual Fórum do Movimento Sociojurídico), que deliberou pela criação da associação nacional. Também falou das visitas que a AASPTJ-SP já fez a alguns Estados e como estão sendo os debates. “Uma Associação nacional nos permitirá avançar nas conquistas de direitos de assistentes sociais e psicólogos que trabalham com as especificidades do sociojurídico e, ao mesmo tempo reforçar a luta dos sindicatos de ramo e de nossos Conselhos Profissionais levando para esses parceiros as experiências do nosso cotidiano”, expôs. Para ela, hoje muitos profissionais veem as associações e sindicatos apenas como prestadores de serviços. “Pagam a mensalidade e esperam que a direção faça a luta por eles. Como diz o professor José Paulo Netto: Não existe luta e conquistas dos trabalhadores no aldilá. A luta é aqui e agora, para transformar os sistemas de opressão e de barbarização de nosso trabalho aqui e agora”.
Todos que estiveram presentes na reunião promovida pela AASPTJSP no Rio concordaram com a importância e necessidade da criação de uma associação nacional, mais uma alternativa para a representação dos profissionais e da classe trabalhadora. Ao final da reunião foi elaborada uma ata.
Por que uma Associação Nacional? Durante o Seminário Nacional de Serviço Social e Organização Sindical, nas oportunidades em que foi possível fazer uma participação durante os debates, a comitiva da AASPTJ-SP fez falas de esclarecimento sobre a Associação Nacional e sua importância. Desde que iniciamos os debates uma das principais preocupações da AASPTJ-SP foi com a atual conjuntura político-sindical que aponta para uma reforma trabalhista, na qual entidades regionais podem perder espaço nas negociações coletivas. Neste quadro, apenas sindicatos e centrais sindicais seriam reconhecidos como representantes legais dos trabalhadores. Tendo em vista que em alguns Estados, como no caso de São Paulo, o sindicato majoritário não vem correspondendo às necessidades de representação dos interesses de assistentes sociais e psicólogos que atuam na Justiça, estamos buscando a criação de uma Associação Nacional que permitirá tal representação. Essa representação abarcará não só as questões relacionadas a condições de trabalho e salário, mas também as relacionadas às especificidades técnicas de nosso trabalho. A AASPTJ-SP criou ao longo de sua história um papel político importante reconhecido por demais entidades e pelo Tribunal de Justiça. Durante a ação do dissídio coletivo da greve de 2010, o TJ-SP reconheceu as entidades como legitimas representantes dos servidores, embora o representante legal seja o Sindicato União. O Tribunal nunca excluiu as associações das negociações e acreditamos que continuará nos reconhecendo. Assim, uma associação nacional tem grande potencial para se tornar mais uma forma de organização e luta dos assistentes sociais e psicólogos do sociojurídico, somando suas iniciativas às de nossos Conselhos Profissionais e às ações realizadas pelos sindicatos combativos e coerentes com um projeto de construção de novas relações sociais, que superem as formas barbarizantes da vida social, próprias das sociedades que são regidas pelos interesses do capital. Uma associação nacional irá interferir nas bases dos sindicatos e associações já existentes? Por tudo isso, é fácil perceber que essa iniciativa só fortalecerá a luta dos trabalhadores, pois em nada abalará as entidades sindicais já existentes e tampouco invalidará as associações legítimas que já existem no cenário. Será mais uma opção de organização, legitimamente construída por assistentes sociais e psicólogos que têm os desafios de seu cotidiano como impulso para o novo e a organização geral dos trabalhadores em busca de um outro mundo possível como bússola.
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