SP: Tráfico recruta meninas para vender drogas

Fonte : 
Agência Andi

Os traficantes de drogas estão recrutando cada vez mais meninas para ampliar as vendas, uma estratégia usada até nas áreas mais devastadas pelo uso de entorpecentes, como a cracolândia, no centro de São Paulo.


As garotas com menos de 14 anos são exploradas por organizações criminosas e ficam responsáveis por administrar pequena quantidade de crack e cocaína. Muitas vendem a droga para ganhar o que abastece o próprio vício. O recrutamento desse perfil de mão-de-obra já aparece nas estatísticas da Fundação Casa. A parcela feminina abaixo de 14 anos de idade respondia, em 2005, por 9,8% das internações do sexo feminino e 19,3% delas eram internadas por tráfico, infração que perdia no ranking da criminalidade para o roubo. No primeiro semestre de 2009, o índice subiu para 12,1%, onde 35% delas são privadas de liberdade por comércio de tóxicos, hoje líder absoluto em delitos.


A utilização dessas adolescentes como “isca” de usuários acontece na cracolândia, que recebeu na semana passada uma ofensiva de 20 órgãos públicos para tentar coibir o uso de crack ao ar livre, que se registra há 20 anos. Entre os dependentes crônicos, enrolados em cobertores, que se espalham pelas calçadas da região central da capital paulista, meninas de aparência inferior a 16 anos, arrumadas, banho tomado e porte sedutor, se destacam por serem polos flutuantes de comércio de pequena quantidade de crack.


A cada quatro dias, uma criança ou adolescente, em média, é detido por traficar ou consumir entorpecentes na área conhecida como drive-thru das drogas, no bairro do Campo Belo, na zona sul da capital paulista. Os números são da Polícia Militar e se referem ao primeiro semestre de 2009. Das 67 pessoas flagradas pela PM com drogas, 41 tinham menos de 18 anos.


 


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