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Texto para reflexão: Apenas uma batalha

Autor: 
Ana Lucia dos Santos, assistente social de Mongaguá

Hoje, se ainda resta alguma dúvida quanto aos nossos ganhos após essa greve do Judiciário, digo que não me abandona a sensação de que, apesar da dura caminhada, com tantos fatos e pedras no caminho. Apesar de termos enfrentado até uma longa viagem pelo semi-árido, cada vez mais seco e árido centro do Brasil, somos sim vitoriosos.

E a maior vitória que eu vejo, não é material. Contra as injustiças das diferenças de renda e de classe na nossa sociedade, sempre haveremos de poder lutar, ainda que enquanto segmentos de categorias profissionais, como fizemos agora no Judiciário. O que temi, nas últimas semanas, felizmente não ocorreu. Sem refluxos significativos dos grevistas, com as associações conseguindo manterem-se juntas, o movimento de greve que começou unido, acabou unido, ainda que talvez a duras penas. Essa é a GRANDE VITÓRIA, que podemos e devemos colher. E comemorar.


Apesar de muito trabalhosa e até por isso, com gente ficando pelo caminho, com incompreensões familiares, aliás, compreensíveis, considerando que há credores que não esperam. Digo que foi uma batalha com ganho inclusive material, dentro de uma luta que é bem maior e que vai continuar. Ficamos com os instrumentos para cobrar e prosseguir.


É verdade que o adversário foi desleal, afirmando inverdades. Foi truculento, usando a força bruta. Mentiu sobre o dinheiro em caixa, que é fruto dos impostos que pagamos, tentando usá-los ao seu bel prazer para garantir privilégios. Porém, é verdade também, que conheceu a tenacidade da categoria, a resistência e a união dos trabalhadores do Judiciário quando o Tribunal exorbitou nos seus deveres e responsabilidades para com os funcionários e para com a sociedade, prestando serviços sucateados. Conheceu a exposição e o constrangimento a que fomos capazes de colocá-lo, tornando públicas irregularidades, buscando apoio parlamentar para  instauração de uma CPI que, eles bem sabem, terá efeitos negativos para o Tribunal de Justiça.


Há muito que comemorar e avaliar após essa batalha, na qual nós também tivemos ônus. Mas com a mesma cabeça erguida com que lutamos, saberemos enfrentar os ônus que são os riscos das batalhas. Acredito que, após essa greve, voltamos melhores, mais ricos na nossa dimensão de humanidade, mais companheiros e solidários, olhando o mundo com outros olhos. Esta é mais uma vitória subjetiva, não palpável, que não nos pode ser tirada. Se observarmos nosso cotidiano daqui para frente, saberemos identificar e preservar o que de melhor tiramos dessa longa batalha de 127 dias, na qual estive com orgulho ao lado de companheiros tão valorosos.


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