Ato denuncia agressão contra adolescentes em conflito
Um ato Contra a Tortura e Impunidade realizado no último dia 28 no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo denunciou agressão contra 17 adolescentes no último dia 14 de junho, na Unidade Internação 28, da Fundação Casa Raposo Tavares, a antiga Febem. A denúncia foi feita por duas mães e uma avó das vítimas.
A atividade, organizada pela Comissão de Ética do Sindicato em parceria com Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura – ACAT - foi em memória ao "Dia Mundial da ONU de apoio às vítimas de tortura", celebrado no dia 26. O debate foi coordenado pela representante da Comissão de Ética do Sindicato e ex-presa política, Denise Fon. Também estava presente na mesa o membro do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, Carlos Gilberto Pereira, o presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Antonio Funari Filho, a coordenadora geral da Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura - ACAT-Brasil, Maria Cristina Jakimiak Fernandes e o representante do Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, Nelso Stepanha.
A coordenadora da Comissão da Ética do Sindicato, Denise Fon, que fez questão de denunciar a violência na Fundação Casa considerou o fato lamentável. “Atos como este, que estamos realizando hoje no Sindicato são de uma importância muito grande. Digo isso, principalmente, porque a sociedade está temerosa em relação à instalação da Comissão da Verdade e Justiça. Sabemos que muitos documentos estão sendo destruídos e há uma grande disputa política para que ela não se instale. Precisamos entender que a tortura não só de presos políticos. Ela é e sempre foi epidêmica no Brasil. E o Sindicato é o local certo para este tipo de denúncia. E o mais impressionante no caso da agressão aos adolescentes, foi a falta de atendimento médico”, conta Denise.
Segundo relato dos familiares, na madrugada do dia 14 de junho, 17 meninos foram agredidos por funcionários da Fundação Casa, o programa do governo do Estado para punir menores considerados infratores. A maioria teve ferimentos na cabeça e um deles parte de um dos dedos da mão cortado.
“Viemos pedir socorro. Quando cheguei ao local para uma visita, sem saber do ocorrido, meu filho estava com a cabeça rachada e sem atendimento. Ele contou que outros também tinham sido agredidos e, que devido ao grande número de hematomas pelo corpo foram obrigados a tomar banho gelado para disfarçar o tamanho da violência. Viemos aqui pedir justiça!”, disse uma das mães.
A atividade também teve a organização e apoio do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba – CDHS, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CONDEPE), Central Única dos Trabalhadores - CUT/SP, Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo - GTNM/SP, Movimento Mães de Maio, Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH/SP, Observatório das Violências Policiais - CEHAL/PUC-SP, Pastoral Carcerária – PCr, Fórum Municipal de Hip Hop de São Paulo, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Núcleo de Preservação da Memória Política, Pastoral da Juventude do Brasil, Samaritano Francisco de Assis e United Nations - Ofice of the High Commissioner for Human Rights – ONU.