Dados do Conselho Nacional de Adoção apontam que diminuiu a preferência dos pais que desejam adotar apenas crianças brancas. Na primeira análise, feita em 2008, 70% dos 13 mil interessados faziam a exigência. Em 2010, onde o número de pretendentes à adoção passou para 28 mil, apenas 38% desejam crianças brancas, 29% são indiferentes à cor e 1,93% exigem crianças negras. Essa nova realidade mostra uma aproximação da expectativa dos futuros pais com a realidade, já que 65% dos meninos e meninas que estão no Cadastro de Adoção são negros, pardos, indígenas ou asiáticos.

Para o juiz responsável, Nicolau Neto, essa diminuição se explica, em parte, pela percepção de que, com menos exigências, o tempo de espera por um filho diminui. Já a antropóloga Mirian Goldenberg acredita que a mudança num curto espaço de tempo é explicada pela imitação que as pessoas fazem, mesmo inconscientemente, do comportamento de famosos que hoje, cada vez mais, adotam crianças negras.